A atual fase de tradução de títulos de filmes internacionais no Brasil está tão ruim que já tem gente com saudades dos anos 1980, quanto todo filme de terror iniciava com “A Hora do” e a maioria dos suspenses era “Selvagem”.
O público já se rebelou na internet contra “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, título que o quinto filme da franquia estrelada por Johnny Depp ganhará com exclusividade no Brasil – o original é “Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales”.
Mas não fica nisso.
Três décadas após os gênios da tradução nacional diferenciarem dois filmes da franquia “Evil Dead” com títulos diferentes – “A Hora do Demônio” (1981) e “Uma Noite Alucinante” (1987), fazendo com o terceiro longa fosse batizado como “Uma Noite Alucinante 3”! – , a esperteza, a ginga e a malemolência brasileira voltou a se manifestar em novas nomeações “criativas” dentro da mesma franquia.
Após “Uma Noite de Terror” (2013) e “Uma Noite de Terror: Anarquia” (2014), o terceiro filme da franquia “Purge” (nome original) chegou nos cinemas brasileiros no fim de semana passado como “12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição”. E quem foi ao cinema achando que veria um filme original deveria pedir o dinheiro de volta, diante de tantas e constantes referências e participações de personagens do lançamentos anteriores.
Não contentes, os brasileiros mais inteligentes que o resto da população decidiram também diferenciar “De Volta ao Jogo” (2014) de sua continuação, que será lançada no Brasil como “John Wick: Um Novo Dia Para Matar”.
Impressionante?
Se a força de uma franquia está na valorização da marca, que supostamente gera acúmulo de público, o que ganha um distribuidor nacional ao querer lançar um filme de franquia como produto individual?